O jornal Valor
Econômico adiantou em reportagens nesta 6ª feira (13) que a Iberdrola,
gigante mundial de energia que por meio da Neoenergia controla a Cosern no Rio
Grande do Norte, vai aplicar R$ 1,3 bilhão nas chamadas “smart grids” (rede
elétrica inteligente que se utiliza da tecnologia da informação para fazer com
que o sistema seja mais eficiente, confiável e sustentável) no Brasil até 2022.
O projeto é pioneiro no país e vai começar a ser
executado em modelo piloto na Elektro, distribuidora da Neoenergia que atende
cidades do interior de São Paulo e do sul de Mato Grosso do Sul. Até 2022, as
smarts grids também chegarão ao Rio Grande do Norte (Cosern), Pernambuco
(Celpe) e Bahia (Coelba).
Confira abaixo a reportagem do Valor Econômico:
Grupo espanhol planeja aplicar no
país R$1,3 bilhão em "smart grid”
A Iberdrola
planeja investir R$ 1,3 bilhão em redes inteligentes de energia elétrica,
conhecidas como “smart grid”, no Brasil, entre 2018 e 2022. A estimativa está
incluída na estratégia da companhia de aplicar aproximadamente € 5,8 bilhões (o
equivalente a RS 24,4 bilhões) no país no mesmo período. Até o fim da próxima
década, o Brasil deverá se tornar o maior mercado de distribuição do grupo, em
número de clientes, alcançando 17 milhões de unidades consumidoras. E,
dependendo do avanço regulatório brasileiro, a companhia espera atingir a
universalização do atendimento digital para todos os seus clientes no país até
2030.
O primeiro
projeto de redes inteligentes da companhia no Brasil será realizado pela
Elektro, distribuidora que pertence à Neoenergia, empresa da qual a Iberdrola
passou a maioria do capital (52,45%), no ano passado.
Com
investimentos de R$ 103 milhões, o projeto piloto da Elektro será implantado em
Atibaia, no interior de São Paulo. A iniciativa prevê a instalação de medidores
inteligentes em 73 mil unidades consumidoras da Elektro, que correspondem por
3% do total de clientes da distribuidora. A meta é reduzir pela metade os
indicadores anuais de duração e frequência de consumo, passando de dez horas
para cinco horas e de seis vezes para três vezes, respectivamente.
O projeto
da Elektro está diretamente relacionado com a estratégia global da Iberdrola,
que investe em digitalização no setor elétrico desde 2007. Pela legislação
espanhola, a companhia é obrigada a universalizar a digitalização de sua rede
de distribuição até o fim deste ano. Para isso, a Iberdrola acumulou
investimentos de € 950 milhões (aproximadamente RS 4 bilhões) nos últimos dez
anos.
Na Espanha,
os resultados foram uma redução de 27% do indicador de duração de interrupção,
passando de 73 minutos por ano, em 2010, para 53 minutos por ano, em 2017. No
mesmo período, o índice de perdas recuou 13%, passando de 7,6% para 6,6%,
restando praticamente apenas perdas técnicas.
“Cumprimos
as obrigações e aproveitamos as oportunidades”, afirmou o diretor global de
Redes Inteligentes da Iberdrola, Nicolás Arcauz, que esteve no Brasil na última
semana para participar do UTC América Latina (UTC AL Summit 2018), mais
importante seminário da região sobre tecnologia da informação e comunicações
para empresas de utilidade pública, no Rio.
Embora os
investimentos em digitalização no Brasil sejam menores em comparação com a
Espanha, a Iberdrola tem ambições no país, que responde por 43% do total de
clientes (13,6 milhões de unidades) e 28% do total de energia consumida (64
terawatts-hora ano) do negócio global de distribuição da Iberdrola, que também
possui distribuidoras na Escócia e Estados Unidos.
Considerando
apenas o crescimento vegetativo, a Iberdrola prevê que, até 2030, o Brasil
ultrapassará a Espanha em número de clientes atendidos pelo grupo, totalizando
17 milhões de unidades consumidoras e se consolidando como principal ativo de
rede de distribuição da companhia no mundo. “Para nós, o Brasil é muito importante”,
explicou Arcauz.
Para que o
grupo possa atingir a universalização da digitalização de sua rede de
distribuição no Brasil, porém, a regulação brasileira precisa acompanhar o
desenvolvimento tecnológico. Na prática, para que os investimentos em digitalização
da rede elétrica possam ser realizados em larga escala, eles precisam ser
reconhecidos pela Aneel e, com isso, serem incluídos nas tarifas de energia.
A
expectativa entre os participantes do UTC AL Summit 2018 foi a de que a Aneel
lançará no segundo semestre uma consulta pública para discutir o tema dos
investimentos em digitalização. A abertura da consulta pública está incluída na
agenda regulatória da autarquia para 2018.
Apesar de
um impacto na tarifa de energia, Arcauz destacou que a implementação da
digitalização em larga escala deverá reduzir os custos dos equipamentos, que
são repassados ao consumidor. Segundo ele, na Espanha, quando o número de
medidores digitais implantados cresceu de 100 mil para 3,3 milhões, o custo do
aparelho caiu para 44% do valor inicial.
Sobre a Cosern
A Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern), empresa do Grupo
Neoenergia, é sexta maior distribuidora de energia elétrica do Nordeste em
número de clientes e a quinta em volume de energia fornecida. Presente nos 167
municípios potiguares, a Cosern tem uma área de concessão de 53 mil quilômetros
quadrados. A empresa atende 1,4 milhão de clientes (3,5 milhões de
habitantes).
DICAS DE SEGURANÇA COSERN
Acesse o site (www.vamosdarumbasta.com.br) e conheça as dicas de segurança para evitar acidentes com a rede
elétrica.